Você já parou para avaliar por que você não gosta de algumas tarefas que precisa realizar?
Cada vez mais compreendo que quando não gostamos de algo é preciso questionar se aquilo fere algum valor nosso, ou se simplesmente não gostamos porque não temos habilidade naquilo e preferimos nos defender atrás de um: “Não gosto disso!”
Afinal, gosto não se discute, não é?! Mas a questão é que, sempre que não gosto de algo, me sinto prisioneira do meu GOSTO. Como se não fosse capaz de ser livre o suficiente e aproveitar a vida em sua plenitude! É claro que estou me referindo a coisas com efeitos benéficos. Afinal de que adiantaria me esforçar para gostar do que me faz mal.
Lembro-me de quando eu comecei a gerir meu negócio, a montar e preencher planilhas e mais planilhas! Fazer a contabilidade, o gerenciamento de despesas e tudo que vem junto, eu ficava muito incomodada! E dizia mentalmente: “eu gosto de pessoas não de planilhas!” E só reforçava minha atitude de desgosto.
Percebi, com o tempo, que quanto menos minha mente fazia drama para realizar aquela tarefa, mais conseguia enxergar o quanto ela era fundamental e me fazia tomar melhores decisões, enxergar melhor como lidar com as pessoas, como melhor atendê-las! E, claro, fui capaz de identificar como crescer!
Hoje, quando vou preencher aquelas mesmas planilhas contábeis, despesas, fechamentos e etc., meu coração se enche de alegria em poder ver um panorama do que realizei naquele mês e do que ainda posso realizar melhor! E saber quantas pessoas ficaram mais felizes em virtude do meu trabalho!
Compreendi que “gosto” nada mais é do que o resultado de tudo o que eu aprendi e experimentei na minha vida até agora! E que, portanto, posso treiná-lo e mudá-lo, se eu entender o significado daquela atividade.
E, mais, também entendi, depois de dedicar tempo a estudar e ampliar minha autopercepção, que a minha mente sempre vai resistir à mudança, porque me faz gastar energia que eu deveria economizar, me faz questionar minha identidade. Além disso, compreendi que minha família, amigos e colegas também vão preferir que eu continue sempre igual, e que a dificuldade em mudar pode ser porque eu não queira enfrentar este desconforto.
No entanto, também descobri que tomar a decisão de mudar de gosto é uma escolha simples, porque, como a tendência de tudo é mudar, seja para melhor ou por degradação, o desconforto sempre vai me encontrar em alguma dessas opções. E eu decidi que prefiro encontrá-lo voluntariamente, e não repentinamente. E isso vale pra começar a gostar de algo de que não gostava, ou desgostar do que gostava.
Resumindo:
- A resistência à mudança é um fato e é natural, seja para economizar a energia do corpo, seja por força das tradições ou paradigmas dos grupos que você frequenta.
- A mudança é inevitável e também natural; o que não está crescendo está em processo de degradação.
- Não gostar de realizar alguma atividade ou tarefa pode representar apenas falta de habilidade naquilo.
- Para vencer isso, basta se treinar e estar com a mente aberta a aprender.
- Não gostar também pode ser uma reação ao fato de um valor teu ser ferido por aquela atividade que precisa realizar. Neste caso, talvez seja necessário afastar-se da empresa, ou às vezes da profissão ou projeto do qual faz parte.
- Tomar a decisão de gostar do que não gosta hoje leva em consideração avaliar todos os itens anteriores.
- É preciso dedicação a técnicas de apreciação e meditação, para que encontre o sentido daquela tarefa no seu contexto, e assim ache a motivação que buscava.
- E exercitar mindfulness, atenção plena, estar presente em cada detalhe da atividade que realiza, vai te permitir dar seu melhor e extrair melhores resultados, gerando uma sensação de recompensa, e fazendo desta memória também um grande impulsionador da sua vontade em repetir a tarefa.
E você? Já parou para pensar por que não gosta do que não gosta? rs
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Aline Daher está, há 10 anos na área de desenvolvimento humano. É professora do DeROSE Method e Facilitadora do Programa Mindfulness Design. Graduada em jornalismo, dedica-se à produção e edição de conteúdo há mais de 17 anos.
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